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quarta-feira, novembro 06, 2013


Casa do Benfica em Alcobaça perde atletas, subsídios camarários e transporte
NOVIDADES MENOS BOAS NO ARRANQUE DA NOVA ÉPOCA

O atletismo federado praticado por clubes de Alcobaça está a atravessar uma fase bastante melindrosa, por vários motivos.
 A começar, a saída do treinador Ricardo Ferreira, chicotada psicológica pela descida da CB Alcobaça do 4º lugar do ano passado para o 9º lugar da equipa masculina no campeonato distrital de pista; transferiu-se para o Dino's Health Club ( não levar a sério a parte da chicotada psicológica, é apenas uma chalaça, de resto é tudo verdade).
 Em segundo lugar a desistência do prestigiado Desidério Pires da modalidade, devido a arreliadoras lesões que o levaram a optar pelo ciclismo, menos massacrante dos membros inferiores. Desidério Pires deixa a Casa do Benfica em Alcobaça e o atletismo, após duas vitórias na conceituada e famosa ultramaratona Lisboa-Fátima e vários lugares de destaque em maratonas, de Lisboa, Porto, Sevilha e Badajoz, ao longo de seis épocas em que esteve no clube.
 Em terceiro lugar a saída do veterano Diogo Caseiro, peça importante da equipa sénior e veterana nas duas épocas em que representou a CB Alcobaça, tendo obtido dois títulos nacionais de veteranos em 2012, no salto em altura e triplo salto, tranferindo-se este ano para a ADCR Offtell Runners. Trata-se da única transferência envolvendo a CB Alcobaça e é, mais uma vez, uma saída.
Outro contratempo é a perda do subsídio da Câmara Municipal de Alcobaça em 2013, referente à época de 2012, por contratempos de ordem logística nomeadamente as conturbadas eleições dos corpos dirigentes da CB Alcobaça, que criaram um impasse na continuidade da coletividade e impediram a candidatura a subsídios da câmara no prazo estabelecido, acrescendo que a Câmara não foi nem é sensível a estabelecer qualquer tipo de protocolo particular com a CB Alcobaça, de forma a atribuir dessa forma um subsídio justo que pudesse ajudar o atletismo em Alcobaça e os seus praticantes e compensar a por essa via a não inscrição no PID (incentivos ao desporto) da CB Alcobaça. Rusumindo: perda de subsídio camarário, que além do mais era das quantias mais baixas atribuídas a coletividades do concelho, sendo no mínimo suspeita a aplicação dos critérios estabelecidos, o que leva a crer que há favorecimentos e desfavorecimentos por motivos políticos ou afinidades pessoais. A CB Alcobaça recebeu apenas menos de 600 euros em 2012, não recebeu subsídio em 2011 por desacerto da CMA na receção da candidatura, sem sensibilidade e colocando entraves por dois ou três dias de incumprimento do prazo de entrega, quando o discurso oficial da CMA é - que dá subsídios a todas as coletividades e estabelece protocolos à parte do programa quando se justificar e que vai apostar no atletismo que é uma modalidade barata (pudera, mais barata do que custo zero para a CMA é difícil!). Em 2010 o subsídio à CB Alcobaça foi de 400 euros (uma fortuna), só a junta de freguesia de Pataias, em todo o concelho, recebeu menos do que nós. E não é por falta de calcorrearmos o distrito e a zona centro a participar em provas de atletismo, de corta-mato, estrada, pista e pista coberta, com resultados publicados e conhecidos, tendo mais de duas dezenas de atletas federados a praticar este desporto.
Outro contratempo é a falta de sensibilidade e o atraso da CM de Alcobaça em promover os melhoramentos necessários no estádio municipal, para possibilitar uma prática de atletismo em condições dignas e próprias para este desporto, tendo havido correspondência da CB Alcobaça para o Vereador do Desporto, com uma listagem de nove pedidos; houve duas entrevistas e visita ao estádio. Está tudo atrasado e quase nada foi feito, apenas a colocação episódica de areia na caixa de saltos mas sem manutenção da mesma e houve a reparação da porta da ridícula arrecadação existente para material de atletismo. Não foi construído um balneário masculino e outro feminino nem arranjada e pintada a pista como foi pedido em tempo útil e conversado, com abertura de ambas as partes e consenso. Resultados: poucos ou nenhuns e muito tempo e energia gastos. A comunicação social foi alertada para esta estagnação e ineficácia da CM de Alcobaça. 
  Um forte contratempo, foi e irá continuar a ser a perda do transporte que era pertença da CB Alcobaça, uma carrinha de 9 lugares, que foi para abate por já não apresentar as condições mínimas de segurança e não ser possível que passasse na inspeção de veículos sem um arranjo avultado. Toda a época de 2012/2013 da CB Alcobaça se ressentiu da falta da carrinha e do gasóleo oferecido pelo patrocinador pela publicidade na mesma carrinha; este meio de transporte e o combustível fizeram imensa falta e impediram que a CB Alcobaça estivesse presente tão assiduamente nas competições, obrigando os treinadores e os pais dos atletas a custearem todas as despesas de transporte dos atletas às provas em veículos particulares, obrigando a uma escolha das competições mais importantes em que participaram e deixando competições de fora por constrangimentos económicos.
 Em conclusão, trata-se de três importantes baixas humanas que retiram massa crítica à Casa do Benfica em Alcobaça enquanto clube de atletismo e três importantes contratempos de ordem logística, ao nível dos apoios camarários, melhoramentos inexistentes no estádio e falta de carrinha do clube, estando a Casa do Benfica em Alcobaça, enquanto clube de atletismo, confrontado com um forte retrocesso das condições para a prática de atletismo federado, ainda mais num momento de crise nacional.
Faço aqui um parentesis para referir que, por outro lado, verifica-se, felizmente, que o atletismo amador, popular, a corrida, as caminhadas, os trails, corridas noturnas, concentrações de corredores e andarilhos, color run e iniciativas do género proliferam em Portugal e também em Alcobaça, para agrado geral.
Voltando ao atletismo federado, a nível da CB Alcobaça, a situação difícil e menos boa  atrás exposta faz com que o figurino na presente época de 2013/ 2014, seja o seguinte: a CB Alcobaça ainda não renovou a sua inscrição na federação mas falo-á em breve; há treinos na pista orientados pelo professor Joaquim Marques, que é professor do atletismo escolar no Agrupamento de Escolas de Cister; será o professor Joaquim Marques o treinador a assegurar a maior parte dos treinos, sem prejuízo da presença do treinador Nuno Martins, que poderá colaborar de acordo com a sua disponibilidade, em alguns momentos chave ao longo da época. Assim que estiver inscrita a CB Alcobaça na federação é possível filiar novos atletas, mas estes terão de ser avaliados pelos treinadores para que haja aprovação e fiquem de facto inscritos, nesse caso deverão comprometer-se com um conjunto de regras em contrapartida da sua inscrição e ao pagamento dos seguros obrigatórios, a pronto. Quanto aos atletas que estavam já inscritos na CB Alcobaça na época que acabou, poderão renovar a inscrição na CB Alcobaça mediante o comprometimento do cumprimento das regras e dos pagamentos acima referidos ou poderão apenas inscrever-se como individuais na Associação de Leiria desvinculando-se da CB Alcobaça, para isso são os próprios a tratar do assunto. Os atletas que vão desistir ou ficar individuais terão que entregar ao treinador Nuno Martins os equipamentos, camisolas e fatos de treino da CB Alcobaça no caso de os possuirem. Como não há carrinha nem combustível para a presente época os atletas que renovarem e os que entrarem pela primeira vez na CB Alcobaça ficam sujeitos, além do cumprimento de regras e pagamento de seguros, à disponibilidade de transportes particulares dos treinadores e dos pais para a deslocação a competições e não podem exigir quaisquer compromissos dos treinadores em levá-los a provas, ficando sujeitos à disponibilidade dos treinadores e dos pais dos atletas para efeitos do transporte a competições, devendo haver contactos telefónicos e abertura e compreensão para as impossibilidades de transporte que vão necessáriamente existir. Vai haver alguma compreensão, necessariamente pouca, no sentido contrário, quando os atletas não puderem ir a uma prova para a qual há transporte, mas esse caso deverá ser excecional e a evitar, é uma das principais regras, sem a aceitação da qual não haverá lugar à inscrição do atleta na federação, pois se se inscreve é porque adere ao quadro competitivo que lhe vai ser proposto e para o qual se se vai preparar mediante os treinos.  

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